terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Como enterrar uma tragédia?

Com toda a honra que um militar morto em ação merece, foram enterrados nesta semana os dois militares que morreram no terremoto do Haiti, no último dia 12. Como é natural, um misto de tristeza e orgulho era demonstrado pelos familiares e amigos dos militares, que morreram em missão de paz num país devastado pela miséria e que agora está praticamente destruído.
Mas como enterrar uma tragédia como esta? Como o orgulho pode se sobrepor a dor da perda de um ente querido? Mas também, como não se orgulhar ao saber que esses homens morreram porque estavam tentando tornar melhor a vida de pessoas que passavam por tantas provações? Embora militares, não morreram lutando, mas defendendo a vida de inocentes que sofriam de fome, atendendo doentes e tentando manter a paz.
Não dá para não se comover ao pensar na vida, ou melhor, sobrevida, que os haitianos estão tendo após o terremoto do dia 12 de janeiro. Embora alguns pensem que o assunto já está se tornando repetitivo, é necessário mostrar ao mundo que as coisas não vão bem; mostrar aos mais ricos que a tragédia pode levar tudo o que hoje julgam tão importantes; mostrar aos mais novos que a invencibilidade da juventude pode acabar com um abalo sísmico; que o orgulho e o preconceito não são nada bons e devem ser extintos da face da terra, pois no final, todos virarão pó.
Nesse momento em que a tragédia é exposta diante dos nossos olhos, é preciso parar para refletir sobre o verdadeiro valor da vida, que é feita de momentos bons e ruins, mas, principalmente, deve ser vivida em sua plenitude, com aqueles que se amam e só desejam a felicidade. O ser humano, egoísta, muitas vezes, esquece de domar suas fraquezas e se deixam levar pela vaidade, egoísmo, inveja e rancor.
Agora, mais do que nunca, é preciso abrir o armário e o guarda-roupa e colaborar com campanhas em prol dos mais necessitados, que nem sempre estão num outro continente, muitas vezes estão ao lado, na casa do vizinho ou batendo na porta para pedir um prato de comida. Será preciso mesmo que tragédias como a do Haiti sejam necessárias para despertar a solidariedade no homem contemporâneo.
Hoje, ninguém tem tempo para o outro, a não ser que o outro seja muito próximo. Na correria do dia a dia, em busca de um emprego ou uma promoção, do corpo perfeito, do amor verdadeiro, da beleza a qualquer preço, as pessoas se esquecem de olhar para o lado. Olham para cima e para a frente, cobiçam a casa e o carro do vizinho, mas não pensam naqueles que tem menos do que ela. Ao deitar a cabeça no travesseiro, pense para que realmente estamos neste mundo; e, ao acordar, arregace as mangas e busque maneiras de ajudar a quem precisa.

Um comentário:

  1. Lindo...
    Realmente quando a dor bate a nossa porta passamos a refletir sobre a vida...
    Nada nos pertence somos apenas usufrutuários dos bens de Deus...
    A qualquer momento nos é retirado...
    Obrigada pelo comentário no blog...
    Ainda bem que como Ex o seu é perfeito...kkk
    felicidades

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