segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O encantamento de Aninha



Ana, um nome tão pequeno e simples, tem uma força tão imensurável, que talvez nem mesmo a dona dele saiba. Com cerca de 50 centímetros de altura, a pequena Aninha, como o pessoal da Associação de Pais e Amigos do Excepcional de Praia Grande (APAE-PG) a chamam, tem na sua alegria e vivacidade a força necessária para enfrentar os desafios que a deficiência física lhe impõe.
Ao ver um Papai Noel especial entrar no salão da confraternização de dezembro da entidade, os olhos de Aninha ganharam um brilho especial, algo impossível de explicar, só quem viu pode comprovar tamanha emoção da pequena menina. Com certeza, quem assistiu a cena pode imaginar o que passava pela sua cabeça: “Um Papai Noel como eu!” Naquele momento, a única diferença entre Aninha e o Bom Velhinho era o tamanho e a cor das cadeiras, pois a dele era grande e deitada; e a dela, como de toda boa menina, era rosa, com rodinhas bem pequenas.
Dentro da sua vivacidade infantil, claro que não se conteve e por várias vezes foi até ele, posou para foto, pediu para beijar, foi colocada no colo, enfim, fez o que todas as crianças adoram fazer no Natal. Porém, para quem assistiu as cenas de alegria da menina, era fácil perceber o quanto ela se sentiu à vontade ao lado do Papai Noel especial.
Aninha e todos os seus amigos especiais atendidos pela APAE-PG, tiveram uma festa maravilhosa de confraternização, promovida por anônimos que doam um pouco do seu tempo e energia para tentar amenizar o sofrimento dos que necessitam de uma atenção especial. Esse grupo de pessoas, que teve a brilhante ideia de trazer aos assistidos um Papai Noel tão especial quanto eles, merece muitos elogios e agradecimentos, pois são poucos os que deixam seus afazeres e suas famílias num domingo, para doar um pouco de carinho aos mais carentes.
Assim como a diretoria da APAE, seus voluntários e auxiliares, outras tantas pessoas se unem em entidades, associações, organizações não governamentais e tentam melhorar o mundo em que vivemos, porém, sem usar discursos vazios e colocando a mão na massa. Talvez, esses heróis anônimos para tantos beneficiados com suas ações não tenham o reconhecimento que merecem, mas com certeza, ganham algo que ninguém pode tirar deles: a sensação de dever cumprido com a sociedade, com o mundo e com Deus.
Muitos homens públicos, que dizem entrar na política para fazer o bem para a sociedade, talvez precisasse aprender com essas pessoas o que é realmente trabalhar para melhorar a vida do seu próximo e a sociedade em que vive. Assim como os cidadãos que só reclamam e pouco fazem de útil para as outras pessoas deveriam aprender um pouco com tantas Aninhas existentes por esse mundo. Essa menininha consegue mudar o dia de alguém com seu sorriso, coisa que nem as pessoas bem afortunadas conseguem às vezes. Obrigada Aninha!